"Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor e o seu direito que de Mim procede, diz o Senhor." Isaías 54.17

segunda-feira, 29 de março de 2010

NOITE DE TALENTOS





O sol brilhante de verão derramava seu calor úmido na ilha varrida pelo vento do paraíso caribenho, quando um velho escultor voltava para sua humilde casa, no centro da vila. No caminho, passou por uma grande mansão branca do proprietário de uma fazenda que, com seus trabalhadores do campo, estava derrubando uma árvore antiga que por gerações protegeu as pessoas do sol escaldante. De repente, o velho escultor parou e, com um brilho nos olhos, chamou aquele proprietário sobre o muro, manifestando interesse em algo: - O que fará com esses restos de madeira?
O proprietário lhe respondeu: - Só servem para queimar no fogo. Este lixo não tem utilidade para nada.
O velho escultor implorou por um pedaço de madeira e, cuidadosamente colocou-o em seus ombros. Com um sorriso grato, cambaleava a distância carregando seu pesado tesouro.
Depois de entrar em sua cabana, o velho colocou o tronco da árvore no centro da sala. Então, de uma maneira igualmente misteriosa e cerimoniosa, caminhou ao redor do que o proprietário da fazenda chamara de “lixo sem utilidade”, pegou seu martelo e começou a esculpir. Um estranho sorriso marcou sua face enrugada. Atacando a madeira trabalhou como se tivesse a tarefa de libertar alguma coisa daquele tronco retorcido e envelhecido.
Na manhã seguinte, o sol encontrou o escultor dormindo no chão de sua cabana, abraçado a um belo pássaro esculpido que havia libertado da prisão. Mais tarde, colocou o pássaro na porta da frente de sua cabana e o esqueceu.
Algumas semanas mais tarde, o proprietário da fazenda foi visitá-lo. Quando viu o pássaro, quis comprá-lo pelo preço que o escultor pedisse. Satisfeito com o excelente negócio que havia feito, o homem foi embora com seu pássaro. O escultor sentado nos degraus de sua cabana simples, ficou contando o seu despojo e pensando “lixo aos olhos do proprietário”. Alguns olham, mas outros vêem.
Hoje há muitos indivíduos cujas vidas são como a árvore antiga. Há dentro deles um bonito pássaro em potencial que talvez nunca voe. A sociedade, como o proprietário da fazenda, nada vê neles, a não ser uma pessoa sem valor e inútil, caminhando para a “lixeira da vida”. Entretanto, precisamos nos lembrar de que o lixo de um homem é a jóia de outro.


Os cientistas no campo do potencial humano estimaram que utilizamos somente dez por cento da nossa capacidade. Noventa por cento estão dormentes e perdidas. É triste o fato de usarmos apenas uma pequena parte de nossas habilidades e talentos. A maioria não tem idéia de quanto talento e potencial possui.
Tudo na vida foi criado com um potencial e possui o princípio potencial.
Em cada semente há uma árvore... em cada pássaro, um bando... em cada peixe, um cardume... em cada ovelha, um rebanho... em cada vaca, uma boiada... em cada moço, um homem... em cada moça, uma mulher... em cada nação, uma geração... A tragédia ocorre quando uma árvore morre na semente; um homem em um moço; uma mulher, uma moça; uma idéia, na mente. Na vida de milhares de pessoas, visões morrem invisíveis, canções morrem sem serem cantadas, planos morrem sem execução e futuros morrem enterrados no passado. Os problemas do nosso mundo não são resolvidos porque o potencial permanece enterrado.

A Bíblia nos conta a história de talentos e potencial. Os talentos na história são símbolos na loja vasta das habilidades que o nosso Criador plantou dentro de nós. Numa história bíblica, o senhor da fazenda entrega algumas de suas riquezas para três dos seus servos. O primeiro homem investe seu talento e dobra a riqueza que seu senhor lhe confiara. O segundo servo também. O senhor ficou muito satisfeito com eles. Finalmente, o senhor se virou para terceiro servo e perguntou-lhe: - O que você fez com o seu talento?
O servo lhe respondeu: - Eu estava com medo de usar mal o talento. Então, cuidadosamente, escondi-o. Agora, eu o devolvo ao senhor da mesma forma que o recebi.
Furioso, o senhor repreendeu o seu servo: “Você é um servo mau e preguiçoso. Como ousou não usar os dons que eu lhe dei? Tire meu dinheiro dele e jogue esse servo inútil na rua.”
Devemos nos responsabilizar pelo potencial que está armazenado dentro de nós. Precisamos compreendê-lo e usá-lo eficazmente. Freqüentemente, nossos sucessos nos impedem de buscar aquilo que ainda está dentro de nós. O sucesso se torna nosso inimigo, quando nós nos acomodamos com o que temos. Recuse-se a ficar satisfeito com sua última realização, porque o potencial nunca planeja a aposentadoria. Não deixe o que você não pode fazer interferir no que você pode fazer. Em resumo, o que você vê não é tudo que existe.
MARÇO 2010

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