"Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor e o seu direito que de Mim procede, diz o Senhor." Isaías 54.17

quinta-feira, 8 de julho de 2010

TRÊS CONSELHOS

Um casal de jovens recém-casados era muito pobre
e vivia de favores num sítio do interior.
Um dia o marido fez a seguinte proposta para a esposa:
"Querida eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe,
arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar
e dar-te uma vida mais digna e confortável.
Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa,
que você me espere e enquanto eu estiver fora,
seja FIEL a mim, pois eu serei fiel a você. "
Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé,
até que encontrou um fazendeiro que estava precisando
de alguém para ajudá-lo em sua fazenda.
O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que foi aceito.
Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito.
O pacto foi o seguinte:
"Deixe-me trabalhar pelo tempo que eu quiser
e quando eu achar que devo ir,
o senhor me dispensa das minhas obrigações.
EU NÃO QUERO RECEBER O MEU SALÁRIO.
Peço que o senhor o coloque na poupança até o dia em que eu for embora.
“No dia em que eu sair o senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho".
Tudo combinado.
Aquele jovem trabalhou DURANTE VINTE ANOS, sem férias e sem descanso.
Depois de vinte anos chegou para o patrão e disse:
"Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa."
O patrão então lhe respondeu:
"Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo,
só que antes quero lhe fazer uma proposta, tudo bem?
Eu lhe dou o seu dinheiro e você vai embora, ou LHE DOU TRÊS CONSELHOS
e não lhe dou o dinheiro e você vai embora.
Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos;
se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro.
Vá para o seu quarto, pense e depois me dê a resposta.
Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe:
"QUERO OS TRÊS CONSELHOS."
O patrão novamente frisou: "Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro."
E o empregado respondeu: "Quero os conselhos."
O patrão então lhe falou:
1. NUNCA TOME ATALHOS EM SUA VIDA.
Caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida.
2. NUNCA SEJA CURIOSO PARA AQUILO QUE É MAL,
pois a curiosidade para o mal pode ser mortal.
3. NUNCA TOME DECISÕES EM MOMENTOS DE ÓDIO OU DE DOR,
pois você pode se arrepender e ser tarde demais.
Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim:
"AQUI VOCÊ TEM TRÊS PÃES, estes dois são para você comer
durante a viagem e este terceiro é para comer com sua esposa quando chegar a sua casa.“
O homem então seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa
e da esposa que ele tanto amava.
Após primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho
que o cumprimentou e lhe perguntou: "Pra onde você vai?“
Ele respondeu: "Vou para um lugar muito distante que fica a mais
de vinte dias de caminhada por essa estrada."
O andarilho disse-lhe então: "Rapaz, este caminho é muito longo,
eu conheço um atalho que é dez, e você chega em poucos dias..“
O rapaz contente começou a seguir pelo atalho, quando se lembrou
do primeiro conselho, então voltou e seguiu o caminho normal.
Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada.
Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo,
achou pensão à beira da estrada, onde pode hospedar-se.
Pagou a diária e após tomar um banho deitou-se para dormir.
De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor.
Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito.
Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho.
Voltou, deitou-se e dormiu.
Ao amanhecer, após tomar café, o dono da hospedagem lhe perguntou
se ele não havia escutado gritos durante a noite, e ele respondeu que sim.
O hospedeiro perguntou-lhe se não estava curioso a respeito, e ele respondeu que não.
O hospedeiro prosseguiu: “VOCÊ É O PRIMEIRO HÓSPEDE A SAIR DAQUI VIVO,
pois meu filho tem crises de loucura, grita durante a noite...
e quando o hóspede sai, mata-o e enterra-o no quintal.”
O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar a sua casa.
Depois de muitos dias e noites de caminhada... Já ao entardecer,
viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou
e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa.
Estava anoitecendo, mas ele pode ver que ela não estava só.
Andou mais um pouco e viu que ela tinha entre as pernas,
um homem a quem estava acariciando os cabelos.
Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e amargura
e decidiu-se a correr de encontro aos dois e a matá-los sem piedade.
Respirou fundo, apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho.
Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo
e no dia seguinte tomar uma decisão.
Ao amanhecer, já com a cabeça fria, ele pensou:
"NÃO VOU MATAR MINHA ESPOSA E NEM O SEU AMANTE.
Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta.
“Só que antes, quero dizer a minha esposa que eu sempre FUI FIEL A ELA".
Dirigiu-se à porta da casa e bateu.
Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira em seu pescoço
e o abraça afetuosamente.
Ele tenta afastá-la, mas não consegue. Então, com lágrimas nos olhos lhe diz:
"Eu fui fiel a você e você me traiu..."
Ela espantada lhe responde: "Como?
Eu nunca lhe trai, esperei durante esses vintes anos!"
Ele então lhe perguntou:
"E aquele homem que  você estava acariciando ontem ao entardecer?"
"AQUELE HOMEM É NOSSO FILHO. Quando você foi embora,
descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos de idade.“
Então o marido entrou, conheceu, abraçou o filho e contou-lhes
toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café.
Sentaram-se para tomar café e comer junto o último pão.
APÓS A ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO,
COM LÁGRIMAS DE EMOÇÃO, ele parte o pão e,
ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro, o pagamento por seus vinte anos de dedicação!
Muitas vezes achamos que o atalho "queima etapas"
e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade...
Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas
que nem ao menos nos dizem respeito e que nada de bom nos acrescentará...
Outras vezes, agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois...

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